DiQuinta do PETHL: Que tal refletirmos um pouco sobre o ensino do português?
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Olá, tudo bem? A dica de hoje tem por objetivo refletirmos sobre o ensino do português e sua escrita foi desenvolvida pela petiana Martiniza Camparam. Confira!
Professores/as e futuros/as professores/as, que tal refletirmos um pouco sobre o ensino do português. Será que devemos considerar a gramática como a única base para as aulas do português ?
Sabe-se que ao longo do tempo uma das possíveis atitudes de muitos/as professores/as é só ensinar nas salas de aulas a gramática normativa, ou seja, ter a gramática como a única base para o ensino do português, como se “as regras e exceções gramaticais fossem capazes de explicar a língua, ou se as análises sintáticas e morfológica dos termos da oração são suficientes para ajudar na leitura e interpretação do mundo; e se a memorização das conjunções tornaria o aluno capaz de produzir um texto mais coeso. O que Cardoso e Cobucci ( 2010 apud Perini e Fulgêncio 2002) , consideram que não, saber as normas gramaticais não implica que o aluno terá bom uso da língua padrão. “E nem ensinar o aluno a falar, ler e escrever com precisão”
Por isso, para Cardoso e Cobucci ( 2010), considerar a gramática como a única base eficiente para ensino da língua portuguesa é ignorar a prática linguística real, uma vez que, a língua não é um objeto isolado da realidade, ela faz parte da cultura e realidade dos seus falantes, o que lhe torna cada vez mais heterogênea e variável. Sendo assim, a escola precisa “reconhecer a realidade linguística dos alunos e buscar um equilíbrio, aproveitando as teorias linguísticas científicas sobre a variação e mudança e mostrar as ideologias que a língua carrega” para que os alunos possam saber reconhecer e valorizar as suas variedades linguísticas e ampliar o seu repertório linguístico com acesso as outras variedades, através da leitura e discussões de textos de diferentes gêneros, escrito assim como orais.
Em suma, esses autores não desconsideram o ensino da gramática nas salas de aulas, é importante ensinar a gramática, mas para isso é preciso reconhecer a heterogeneidade da língua humana, as variedades linguísticas e por meio do texto (orais ou escritos) levar o aluno a ter acesso a variedade padrão, sem ter preconceito ou desvalorizar a variedade que o aluno fala, que de uma certa forma faz parte da sua história.
Referência:
RICARDO, Stella Maris Bertoni; SOUSA, Rosineide Magalhães. Por que a Escola não Ensina Gramática Assim? 1.ed. São Paulo: Editora Parábola, 2014 . 256 p.