DiQuinta do PETHL: Diferenças das teorias críticas e pós-críticas no âmbito curricular
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Olá, pessoal. Tudo bem? A dica de hoje foi elaborada pelo PETiano Rodrigo Peixoto, que nos explica, de forma resumida, as principais diferenças das teorias críticas e pós-críticas no âmbito curricular, bem como trazer algumas reflexões que podem nos auxiliar na compreensão da necessidade de construção de um currículo transformador, sempre em movimento.
Antes de apresentar de forma resumida, as principais diferenças das teorias críticas e pós-críticas no âmbito curricular, você sabe o que é o currículo? Dito de forma resumida, o currículo é a organização do conhecimento escolar, uma padronização do conhecimento que deve ser ensinado em cada fase da vida. Mas para além disso, o currículo também é uma relação poder, tanto “nas relações professor/aluno e administrador/professor, quanto em todas as relações que permeiam o cotidiano da escola”. (HORNBURG; SILVA, 2007, p. 1).
TEORIA CRÍTICA:
– A teoria crítica dos currículos está centrada na crítica à hegemonia capitalista que molda os currículos em seu benefício. Esta teoria se concentra no levantamento da discussão sobre a sociedade de classes e seu consequente enfrentamento, uma vez que os currículos tradicionais, formulados em berços capitalistas, visam apenas a inserção técnica dos indivíduos ao mercado para atingir maiores margens de lucro aos detentores do poder, priorizando certos conhecimentos em detrimento de outros.
TEORIA PÓS-CRÍTICA:
– De maneira semelhante à teoria crítica, a teoria pós-crítica também será formulada para questionar e enfrentar os vieses tradicionais dos currículos no seio do capitalismo, mas, de modo diferente, pretende ir além de uma discussão em torno das sociedades de classes, uma vez que enxerga, no sujeito, um protagonismo que deve ser levado em conta na elaboração dos currículos, destacando, assim, o multiculturalismo e a diversidade, ao abordar temas como gênero e raça para se pensar o currículo.
QUAIS AS DIFERENÇAS?
– Ao pensarmos as duas teorias, percebemos que, apesar do nome “pós” que a segunda teoria carrega, pode-se enxergar uma certa complementaridade entre ambas. Ora, enquanto a teoria crítica volta suas atenções para a superestrutura capitalista, com viés marxista, a teoria pós-crítica adicionar alguns elementos fundamentais para se pensar um currículo abrangente e inclusivo, que perceba que a hegemonia capitalista não se encerra na sociedade de classes, pois apesar desta ser crucial para a plena funcionalidade do sistema, a hegemonia histórica do capitalismo também está estreitamente ligada a várias outras formas de preconceito e exclusão, como o racismo, o machismo, a homofobia, a transfobia, o capacitismo, etc…
Reconhecer todos estes elementos é fundamental para a criação de currículos dinâmicos e revolucionários, que acompanhem as necessidades e transformações sociais de cada contexto.
Referências:
CORAZZA, Sandra. O que quer um currículo. Pesquisas pós-críticas em educação. Petrópolis: Vozes, 2001.
SILVA, TT da. Teorias do currículo: o que é isto. TT SILVA, Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo. 2ª ed., Belo Horizonte, Autêntica, p. 11-17, 1999.